segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

À atenção da Fernanda Câncio.

Tabaco no cinema (10).


Stranger Than Paradise, Jim Jarmusch.

À atenção do Zuckerberg.


Assédio Cinematográfico, uma malaise dos tempos actuais. #Time's up.

- Boa noite.
- Boa noite.
- Posso-me sentar?
- Pode.
- E fodê-la, posso?
- Estava a ver que não perguntava.
- Vou chupar-lhe e beijar-lhe muito as mamas. E morder os bicos também. Até fazer sangue.
- Nem eu quereria de outra forma. Vejo que já estabelecemos uma ligação.
- E agora vou colocar a mão sobre o seu joelho.
- Só no joelho?
- E depois vou subir.
- Assim está muito melhor.
- Já estou muito excitado. Ainda lhe faço uma proposta um tanto ou quanto arriscada, sobretudo neste contexto social em que vivemos.
- Não tenha receio. Avance.
- Estou com medo da sua resposta. 
- Siga, siga, com a sua mão e a sua pergunta.
- Bom, sendo assim...Quer ir ao cinema comigo ver o novo filme do...Alexander Payne?
- Seu grandessissimo filho da puta! Estava tudo a correr tão bem!
- Eu sabia...
- Então se sabia porque me assediou?
- Não fique assim...
- Fico ainda pior. O senhor vai ser denunciado. 
- Tenho mulher e duas filhas...tenha dó da minha pessoa.
- Devia ter pensado nelas antes de me assediar. Homens, sempre com a mesma merda de pensamentos! 

#metoofuivítimadeassédiocinematográfico.

sábado, 20 de janeiro de 2018

Canções pop da história da música dominadas por sentimentos impressos pelo heteropatriarcado e pela classe dominante.








Brisseau, Scorsese, Polanski, Allen, Eastwood, Carpenter, Ferrara: o vosso tempo acabou. Chegou a hora dos conas de sabão.

Brisseau aconselha a como se educar uma filha.


(a propósito deste bonito e comovente escrito do Henrique Raposo).

Separar a obra do criador.

Não é pelo facto da Rebecca Hall e a Mira Sorvino seram umas parvinhas que vamos deixar de gostar do Vicky Cristina Barcelona e do Mighty Aphrodite. Muito menos não será por aí que não as foderíamos com grande valentia (se conseguíssemos, o que duvidamos). Portanto, há que separar muito bem as águas: uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa. 






Como diria o Newman no Seinfeld, beauty and brains.

Duas análises perfeitamente legítimas a "Seventh Heaven", de Frank Borzage.

Feminista-Marxista radical:

Hollywood, desde os seus primórdios, e de formas mais visiveis ou mais insidiosas, tem influenciado e perpetuado, através da “magia das imagens”, a ideologia do patriarcado dominante e de um completo desequilibrio de forças nas relações de poder entre os géneros. Como forma de exemplo, analisemos um filme mudo de 1927, Seventh Heaven, realizado por Frank Borzage. Com a acção situada numa Paris de cartolina pré- Primeira Guerra Mundial, conta-se a estória de uma relação amorosa entre uma prostituta e um limpador de esgotos- um dos mais belos sítios onde um homem pode viver. A prostituta vive com a irmã (igualmente prostituta) num miserável casebre no mais miserável quarteirão da capital francesa. Essa irmã, além de apreciadora de vinhaça e absinto, é portadora de muitos maus fígados (no pun intended), dando regularmente autênticos festivais de pancada na sua desprotegida e fraca companheira de casa. Por aqui logo se vê o modo como Borzage e restantes responsáveis pela produção do filme abordam o género feminino: ou as mulheres são umas bêbadas agressivas ou são umas incapazes de se defenderem dos desmandos alheios. A meias tantas, entra em campo o elemento masculino, o tal trabalhador nos esgotos. Alto, bonitão, forte, empreendedor e portador de uma inabalável confiança; até a despoluir merda, o heteropatriarcado projecta-se com os mais altos valores da clássica beleza grega. Acontecimentos difusos levam a que frágil prostituta e arrogante asseador de trampa vão viver juntos na casa dele. É a partir daqui que os intentos machistas do violador Borzage começam a tecer os fios da sua nojenta doutrina. A prostituta, angelical e ingénua, apaixona-se pelo ensaboador de dejectos, o que já de si é um acto repugnante, mas ainda pior é por aquele mostrar-lhe uma grande indiferença. Dominada por impulsos grotescos que foram lavrados ao longo dos séculos por poetas, cantigas de amigo e de amor e de romanescos, a prostituta tenta ganhar o coração (negro como carvão) do desencardidor de fezes: tratando-lhe da roupa, fazendo-lhe um voluptuoso pequeno-almoço, cortando-lhe o cabelo, enfim, através da horripilante domesticidade submissa a que nós, mulheres, fomos submetidas durante milénios. Entretanto, o marialva, notando a cobardia da prostituta, diz-lhe para nunca ter medo, para olhar sempre para cima, porque ele, como representante do inenarrável género, “nunca tem medo e olha sempre para cima”. E então a prostituta, outrora débil e psicologicamente adoentada, torna-se, através dos incentivos masculinos, um poço de força e resiliência, bem manifesto quando decide vingar-se na sua irmã alcoólatra com o mesmo chicote com que esta lhe esfregava a pele (um momento que muito gozo deve ter dado ao lambedor de beiços Borzage). Temos, portanto, uma mulher que só se consegue libertar dos seus medos através dos encorajamentos masculinos, e não por uma auto-afirmação alheia a instigações do macaco com quem vive. Infelizmente, esse cortar das correntes que a agrilhoavam não é suficiente para ela também se libertar do aprisionamento de amor ilusório que sente pelo transgressor. Concluindo, Seventh Heaven pode até advogar uma ideia de mulher forte e corajosa, desde que tal não a impeça de continuar subjugada ao controlo masculino. 

Valerie Solanas



Um ser humano:

Obra-prima. 








terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Tabaco no cinema (6).


Predator, John McTiernan

Lição de vida:

Não ler um artigo de opinião da Alexandra Lucas Coelho logo após o jantar e no intervalo de um jogo onde o FCP, além de estar a perder, está a jogar ponta de corno. 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Tabaco no cinema (3).


Blade Runner 2049, Denis Villeneuve

Entretanto, no planeta alucinado onde esta gente vive:

More and more feminists are now ditching those pink, anti-Trump “pussyhats” on the grounds that they’re actually racist and transphobic. According to an article in the Detroit Free Press, many activists have concerns that the hat “excludes and is offensive to transgender women and gender nonbinary people who don’t have typical female genitalia and to women of color because their genitals are more likely to be brown than pink.”

Read more at: http://www.nationalreview.com/article/455377/pussyhats-racist-transphobic-feminists-say

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018